CLUPAC - Clube Português de Coleccionadores de Pacotes de Açúcar

quinta-feira, agosto 17, 2006

Só é meu aquilo que eu ofereço aos amigos

Tempo de férias é tempo de, por alguns momentos, esquecermos as preocupações e as tarefas desempenhadas no resto do ano, quer se situem no âmbito profissional, quer no estudantil... Hoje em dia, pela moda dos tempos modernos de utilizarmos a praia, usufruir do sol e das salsas ondas, as férias situam-se, especialmente, nos meses de Julho e de Agosto. Mais natural seria se se situassem na Primavera, preparando a época de renovar que, no hemisfério Norte, nos chega com o Solstício de Verão.

Se o ano foi propício a amealharmos uns “tostões” vem ao de cima o espírito nómada dos nossos antepassados longínquos e aí nos preparamos nós para viajar. Alguns no puro espírito de viajante, conhecer gentes e costumes, a maioria “empacotados” pelas empresas de turismo, mas sempre viajar.

E se como se dizia um dia destes numa tertúlia de amantes de ginja “qualquer texto que tenha a palavra “ginjinha” desperta logo o desejo de transcrição”, também os coleccionadores de pacotes de açúcar viajam com o pensamento no novo pacote de açúcar que irá enriquecer a sua colecção, se possível, uma raridade.

Acontecem, quantas vezes, desilusões. Um país tão longínquo, para onde tão pouca gente viaja e, afinal, não têm a tradição do pacote de açúcar. O doce condimento é muitas vezes servido por um dispensador em vidro construído. Outras, vezes, existe somente o pacote personalizado do hotel onde ficamos instalados.

Mas pode mesmo acontecer encontrarmos um autêntico filão de pacotes de açúcar na viagem de sonho de destino exótico que nas férias realizamos. Nessa circunstância nada melhor do que “armados” de um pequeno x-acto mostrar à evidência que se está a aproveitar o rectângulo de papel que envolve o açúcar.

E quando o empregado de olhos arregalados lhe perguntar: “Porque está com tanto cuidado com o pacotinho de açúcar?”, responda-lhe: “Sou coleccionador destes rectângulos de papel!”. O empregado surpreendido pela sua declaração passará a ser um aliado na procura de novos pacotinhos.

Dessas paragens exóticas para onde viajou trará então para a sua colecção diversas séries e muitos pacotinhos individuais. O seu “aliado” não vai ter mais um momento de descanso enquanto as suas férias durarem. E trará consigo, igualmente, muitos repetidos...

Experimente, então, a sensação de bem estar que é oferecer esses repetidos que farão as delícias dos seus amigos sem propor trocá-los “pela melhor oferta...”.

sexta-feira, agosto 11, 2006

coleccionar com doçura

Coleccionar, juntar e encontrar elos de comunhão entre as peças sempre foi aliciante para o ser humano. O coleccionismo de pacotes de açúcar colocou esse anseio ao alcance de toda a gente. Os pacotes de açúcar dão rosto a pessoas e acontecimentos exemplares na solidariedade, no saber, na afectividade


Lisboa está em Festa em tempos de Santo António

Alfama será o mais antigo bairro de Lisboa, situado entre o Castelo de S. Jorge e o Rio Tejo, tradicionalmente habitado por gente do mar que embarcavam nas caravelas rumo às descobertas de novos mundos, mais tarde nas artes piscatórias e na estiva do Porto de Lisboa. O nome de Alfama, vem do árabe Al-hamma, que significa banhos ou fontes, que existem em número significativo neste bairro tradicional.

O terramoto de 1755 poupou a zona de Alfama que assim se mantém na traça antiga, labiríntica e de ruas muito estreitas e pequenos largos, com escadinhas garantindo a ligação e o mais fácil acesso entre as diversas zonas do bairro que se desenvolve encosta abaixo até à margem do Rio Tejo.

Gente modesta devota de Santo António nascido no bairro, onde hoje se encontra construída uma igreja a ele dedicada, vive a noite de 13 de Junho de forma intensa, em festa permanente, hoje bastante comercial, mas em tempos idos com as portas franqueadas a todos os forasteiros.

Em noite de Santo António, em cada recanto a sardinha assada é rainha dos afectos e dos paladares. É a festa que nasce em cada porta do bairro. É o sorriso da criançada quando pedem “um tostão para o santo António” que na tradição não entra a modernice de novas moedas que ao santo nada diriam.

Nos tempos presentes uma multidão invade o bairro, engalanado de balões multicoloridos, manjerico bem cheiroso na mão, na procura da bela sardinha assada. Noite fora ouve-se cantar o fado.