AGRIDOCE
A notícia nascera tímida, envergonhada, espremida entre a margem e o escândalo mediático, mas lá estava aberta a visões mais largas e interessadas.
No Brasil, o maior produtor mundial de cana-de-açúcar, onde pouco mais de um terço da produção é mecanizada, o homem compete directamente com a máquina no corte daquela herbácea, por vezes em condições que fazem lembrar os tempos de escravatura que julgávamos distantes na memória. Recordo que por aquelas paragens a escravatura foi abolida em 1888.
Entre 2004 e 2005, treze trabalhadores migrantes, fugindo à sombra cada vez mais estreita que os seus corpos produziam nas secas terras nordestinas, encontraram a morte nos canaviais devido a excesso de trabalho.
A decisão da Organização Mundial do Comércio (OMC), relativa à produção europeia subsidiada, e a subida do preço do barril de petróleo acordou o sector, adormecido desde meados da década de 80, para o aumento de produção a baixo custo, com o risco de degradar as já precárias condições de trabalho e instigando os cortadores a levarem a sua produtividade ao limite.
Algumas ONG têm denunciado esta situação e as entidades governamentais têm tentado invertê-la, preconizando medidas que, por interesses instalados, nem sempre são aplicadas.
Espero que as condições de trabalho e a fraca compensação do esforço dramático destes trabalhadores, escravos da economia global, sejam revistos e que não venhamos a lamentar, de novo, a tristeza destes números.
O Brasil lembra hoje (16 de Janeiro) o Cortador de cana-de-açúcar...
António Carmo
(Sócio nº 4 do CLUPAC)
No Brasil, o maior produtor mundial de cana-de-açúcar, onde pouco mais de um terço da produção é mecanizada, o homem compete directamente com a máquina no corte daquela herbácea, por vezes em condições que fazem lembrar os tempos de escravatura que julgávamos distantes na memória. Recordo que por aquelas paragens a escravatura foi abolida em 1888.
Entre 2004 e 2005, treze trabalhadores migrantes, fugindo à sombra cada vez mais estreita que os seus corpos produziam nas secas terras nordestinas, encontraram a morte nos canaviais devido a excesso de trabalho.
A decisão da Organização Mundial do Comércio (OMC), relativa à produção europeia subsidiada, e a subida do preço do barril de petróleo acordou o sector, adormecido desde meados da década de 80, para o aumento de produção a baixo custo, com o risco de degradar as já precárias condições de trabalho e instigando os cortadores a levarem a sua produtividade ao limite.
Algumas ONG têm denunciado esta situação e as entidades governamentais têm tentado invertê-la, preconizando medidas que, por interesses instalados, nem sempre são aplicadas.
Espero que as condições de trabalho e a fraca compensação do esforço dramático destes trabalhadores, escravos da economia global, sejam revistos e que não venhamos a lamentar, de novo, a tristeza destes números.
O Brasil lembra hoje (16 de Janeiro) o Cortador de cana-de-açúcar...
António Carmo
(Sócio nº 4 do CLUPAC)
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