A HISTÓRIA DE UNS PACOTINHOS
“O sonho comanda a vida”, disse alguém. Todos sonham, novos ou menos novos, jovens ou crianças, todos temos os nossos sonhos e procuramos que, uma vez por outra, se tornem realidade.
Às vezes sonhamos tantas coisas que não se concretizam, mas outras vezes sucede acontecerem coisas onde nunca sonhamos que se realizariam.
Ora vejam o que aconteceu com uns “célebres pacotinhos”.
Certo dia de Setembro entro eu numa casa no Porto, na Rua Santa Catarina, ali mesmo no início da rua, onde muitas vezes já tinha entrado para fazer compras. Até aqui tudo bem.
Só que a casa, “Casa Gália” (isto não é publicidade porque a casa não precisa), não vende café nem açúcar, mas simplesmente malas e artigos afins.
Procuro uma pasta com determinadas características e não resisto em dizer: “Se soubesse para o que quero a pasta até se ria de mim. Sabe, é que colecciono pacotinhos de açúcar e, como há encontros de coleccionadores onde se fazem trocas, preciso de uma pasta para levar os pacotinhos”.
A D. Clara e a D. Angelina, sem fazer qualquer comentário, retiram dum armário uma saca que colocam no balcão, cheia de pacotinhos de açúcar.
Admirada, perguntei: “Também coleccionam”?
Não, responde a D. Angelina, mas como não uso açúcar no café… “Escolha … leve … olhe estes tão bonitos … são muitos…”
Eram, entre outros, pacotinhos da série “Os Dinossauros Chegaram ao Porto”. Foi a primeira vez que os vi. Com a atrapalhação e surpresa, nem soube bem escolher.
De qualquer modo, as senhoras foram dizendo: “Vamos guardando pacotinhos e depois, por alturas do Natal, vão para as rabanadas. Mas vá passando por cá que nós vamos procurar juntar alguns pacotinhos diferentes e depois leva-os”.
É o que tenho feito e aqui fica o meu agradecimento às simpáticas senhoras.
E poderia terminar aqui a história. Só que, através de alguns amigos e do googlegroups, consegui ter hoje a série dos Dinossauros completa.
Pois bem. Em tempos de tanta depressão, é preciso “arranjar”uma ocupação que não nos deixe pensar demasiado, nem nos isolarmos. Esta magia do coleccionismo “doce”, pela alegria da descoberta de novas séries, pelo intercâmbio das trocas, pelos contactos e amizades que se criam, é uma maneira económica e agradável de evitar as depressões.
Pela minha experiência pessoal, embora recente, pelo testemunho de tantos amigos, é uma actividade que vivamente recomendo.
Aconselhem-na aos vossos amigos e conhecidos pois, além de lhes fazer bem a eles, traz também a vantagem de serem mais uns tantos a juntar e a ser fonte de partilha, de troca, de crescimento do clube, que já vai sendo grande, dos coleccionadores de pacotinhos de açúcar.
Até à próxima e boa sorte para todos.
Maria Idalina Noronha Araújo