CLUPAC - Clube Português de Coleccionadores de Pacotes de Açúcar

quarta-feira, outubro 18, 2006

INIMIGO PÚBLICO NÚMERO UM: O AÇUCAREIRO

Recentemente, um colega meu acompanhou a selecção nacional de futebol à Rússia para mais um jogo de apuramento para o Europeu de 2007. Como sempre faço quando algum colega meu vai ao estrangeiro, pedi-lhe para me trazer todos os pacotes, sticks, cubos, adoçantes, etc., que conseguisse arranjar durante a viagem (depois do primeiro momento de surpresa, todos eles acabam por colaborar). Fiquei ansiosamente à espera pelo regresso, esperançada de conseguir mais uns quantos exemplares estrangeiros para a minha colecção, mas foi uma esperança de pouca dura. Quando regressou, entregou-me, desolado, apenas um pacote da companhia aérea em que viajou. “Onde quer que eu fosse, eram só açucareiros”, justificou-se. Pois é, meus amigos! Esta moda de se usarem açucareiros parece estar a regressar em força a alguns locais, para nossa grande infelicidade. Se a moda pega a sério, os pacotes personalizados de cafés, restaurantes e hotéis estarão em vias de extinção. E o que será de nós, coleccionadores de embalagens de açúcar? Pessoalmente, nada tenho contra os açucareiros. Fazem-me lembrar as tardes que passava, era eu ainda miúda, em casa da madrinha da minha mãe. A D. Mariazinha pertencia a uma das famílias mais ricas da terra e era madrinha de praticamente metade dos habitantes da aldeia. Sempre que eu lá ia de férias, lanchava com ela pelo menos uma vez. Aborreciam-me com as conversas (“Os estudos vão bem?”, “O que queres ser quando fores grande?”, “Já namoras?”, ufa!), mas gostava de todo aquele ritual da criada, vestida a rigor, que chegava com um tabuleiro cheio de bolos e bolachas e, claro, chá fumegante que tomávamos num serviço de porcelana. E, como não podia deixar de ser, lá estava ele, o açucareiro e a sua colher, pronto a que nos servíssemos deles. Mas, nesse tempo, eu nem sequer sonhava que iria coleccionar pacotes de açúcar e, por isso, era-me indiferente se o açúcar vinha no açucareiro ou em embalagens individuais. Agora é diferente. Como é que eu vou enriquecer a minha colecção se o açúcar me chega num açucareiro? E depois há a questão da higiene. Não sei por onde andou aquele açucareiro e o seu çúcar, que mãos lhes tocaram, e se salta de lá uma formiga ou uma barata? Por isso, meus amigos, vos digo:

Abaixo os açucareiros. Vivam os pacotes de açúcar!
(Fátima Mariano - sócia nº 74 do CLUPAC)