CLUPAC - Clube Português de Coleccionadores de Pacotes de Açúcar

sexta-feira, julho 28, 2006

coleccionar com doçura

Coleccionar, juntar e encontrar elos de comunhão entre as peças sempre foi aliciante para o ser humano. O coleccionismo de pacotes de açúcar colocou esse anseio ao alcance de toda a gente. Os pacotes de açúcar dão rosto a pessoas e acontecimentos exemplares na solidariedade, no saber, na afectividade


Um café no Gerbeaud

Viajar para Budapeste, na minha opinião uma das mais belas e acolhedoras cidades do Mundo, resulta sempre num exercício de afectos, no alimentar do nosso imaginário das grandes viagens de sempre. O Rio Danúbio, que à beira de Budapeste em Duna se transfigura, conduz-nos ao sonho, ao eterno mistério da passagem entre o Ocidente e o Oriente.

Paralela ao Rio Danúbio, na sua margem leste, na zona designada por Peste e que cinco maravilhosas pontes unem a Buda e a Óbuda, a Rua Váci congrega em si desde o início do Século XIX as principais actividades comerciais, não só o comércio tradicional como também as mais modernas e elegantes lojas da cidade.

A tão celebrizada Rua Váci não é somente uma rua de comércio e atractivo para os turistas. É da mesma forma ponte de encontro e espaço de passeio dos habitantes de Budapeste que encontram nas ruas transversais amplas e soalheiras esplanadas que convidam ao descanso, à conversa ou à simples observação da vivência de uma cidade.

No topo da Rua Váci fica a Praça Vorosmarty, espaço de correria despreocupada para a miudagem e de peregrinação para os mais velhos que aí encontram restaurantes e cafés de onde emanam cheiros tradicionais e onde se degustam sabores únicos. Naquela loja à esquerda de quem entra na Praça, com montras coloridas de rótulos de garrafas de vinhos e licores, vou comprar uma garrafa de Unicum, licor de 40 ervas de sabor estranho, esquisito.

Mas é ali também nas imediações que o meu amigo Ali, no tempo em que a moeda do País fazia parte integrante da sua identidade tinha “banca” montada para a compra e venda de “forints” a preços convenientes.

Num dos gavetos da Praça Vorosmarty situa-se o legendário Café Gerbeaud, que já se chamou Café Kugler, nome do seu fundador, em 1858, e Café Vorosmarty, alusivo ao nome da Praça onde se encontra instalado desde 1870. Inicialmente teve porta aberta na hoje Praça József Nádor.

Recebeu, durante a sua longa existência, alguns designativos elogiosos tias como “os melhores gelados de Peste” ou “ponto de encontro dos seis elegantes Mundos”. Na realidade por ali se cruzaram espiões e aventureiros, viajantes compulsivos e membros das casas reais europeias, em momentos de repouso (ou de trabalho) nas paragens prolongadas na cidade do célebre Expresso Oriente.

Quando visitei o Café Gerbeaud em 1992, antes de profundas obras realizadas em 1997, respirava-se ainda o ambiente desse ponto de encontro de gentes que de diversos mundos se dirigiam ou regressavam do Oriente. Toda esta azáfama de encontros e desencontros vividos com um café saboroso servido requintadamente numa chávena única de três peças, o pires, a chávena e um pequeno prato/tampa que continha o creme.

Quando pretendi obter esta autêntica peça de colecção solicitei-o à “chefe” que me pergunto de onde era eu oriundo. Quando lhe respondi reagiu com a nostalgia do longe “Ah Portugália, Portugália...”.

Ficou de toda esta estória um pacote de açúcar do ano de 1992 que convosco partilho.

quinta-feira, julho 27, 2006

Exposição "Viagens do Açúcar em Aveiro"


A exposição do CLUPAC, intitulada por "Viagens do Açúcar", composta por diversos quadros temáticos com pacotes de açúcar está exposta na sala do posto de Turismo "Rota da Luz em Aveiro.
Na imagem um recorte da Edição Centro do Jornal de Notícias sobre esta exposição.

quarta-feira, julho 26, 2006

Siga a banda!

Caros amigos,
Após alguns dias sem a actualização devida deste Blogue, creio que os problemas então surgidos estarão finalmente ultrapassados...
Algumas questões relacionadas com a colocação de novos "posts" estavam a impossibilitar a manutenção desejada e pretendida deste espaço.
Por isso: "Siga a Banda!"
Miguel oliveira (sócio n.º 144)

terça-feira, julho 11, 2006

"A História da Cana-de-açúcar - Da Antiguidade aos Dias Actuais "

"A cana-de-açúcar é, talvez, o único produto de origem agrícola destinado à alimentação que ao longo dos séculos foi alvo de disputas e conquistas, mobilizando homens e nações. A planta que dá origem ao produto encontrou lugar ideal no Brasil. Durante o Império, o país dependeu basicamente do cultivo da cana e da exportação do açúcar. Calcula-se que naquele período da história, a exportação do açúcar rendeu ao Brasil cinco vezes mais que as divisas proporcionadas por todos os outros produtos agrícolas destinados ao mercado externo.

ANTIGUIDADE - Foi na Nova Guiné que o homem teve o primeiro contanto com a cana-de-açúcar. De lá, a planta foi para a Índia. No "Atharvaveda", o livro dos Vedas, há um trecho curioso: "Esta planta brotou do mel; com mel a arrancamos; nasceu a doçura.....Eu te enlaço com uma grinalda de cana-de-açúcar, para que me não sejas esquiva, para que te enamores de mim, para que não me sejas infiel". A palavra “açúcar” é derivada de "shakkar" ou açúcar em sânscrito, antiga língua da Índia.

DESCOBERTA DO OCIDENTE - Desconhecida no Ocidente, a cana-de-açúcar foi observada por alguns generais de Alexandre, o Grande, em 327 a.C e mais tarde, no século XI, durante as Cruzadas. Os árabes introduziram seu cultivo no Egipto no século X e pelo Mar Mediterrâneo, em Chipre, na Sicília e na Espanha. Credita-se aos egípcios o desenvolvimento do processo de clarificação do caldo da cana e um açúcar de alta qualidade para a época.

O açúcar era consumido por reis e nobres na Europa, que a adquiriam de mercadores monopolistas, que mantinham relações comerciais com o Oriente, a fonte de abastecimento do produto. Por ser fonte de energia para o organismo, os médicos forneciam açúcar em grãos para a recuperação ou alívio dos moribundos. No início do século XIV, há registros de comercialização de açúcar por quantias que hoje seriam equivalentes € 72/kg. Por isso, quantidades de açúcar eram registradas em testamento por reis e nobres.

NO RENASCIMENTO - A Europa rumava para uma nova fase histórica, o Renascimento, com a ascensão do comércio, entre outras actividades. O comércio era feito por vias marítimas, pois os senhores feudais cobravam altos tributos pelos comboios que passavam pelas suas terras ou, simplesmente, incentivavam o saque de mercadorias. Portugal, por sua posição geográfica, era passagem obrigatória para as naus carregadas de mercadorias. Isso estimulou a introdução da cana-de-açúcar na Ilha da Madeira (Portugal), que foi o laboratório para a cultura de cana e de produção de açúcar que mais tarde se expandiria com a descoberta da América.

CHEGADA AO BRASIL - Cristóvão Colombo, genro de um grande produtor de açúcar na Ilha Madeira, introduziu o plantio da cana na América, em sua segunda viagem ao continente, em 1493, onde hoje é a República Dominicana. Quando os espanhóis descobriram o ouro e a prata das civilizações Azteca e Inca, no início do século XVI, o cultivo da cana e a produção de açúcar foram esquecidos.

Oficialmente, foi Martim Affonso de Souza que em 1532 trouxe a primeira muda de cana ao Brasil e iniciou seu cultivo na Capitania de São Vicente. Lá, ele próprio construiu o primeiro engenho de açúcar. Mas foi no Nordeste, principalmente nas Capitanias de Pernambuco e da Bahía, que os engenhos de açúcar se multiplicaram.

MONOPÓLIO BRASILEIRO - Depois de várias dificuldades, após 50 anos, o Brasil passou a monopolizar a produção mundial açúcar. Portugal e Holanda, que comercializavam o produto, tinham uma elevada lucratividade. A Europa enriquecida pelo ouro e prata do Novo Mundo passou a ser grande consumidora de açúcar. As regiões produtoras, especialmente as cidades de Salvador e Olinda prosperaram rapidamente. As refinarias se multiplicavam na Europa, a ponto de Portugal proibir novas centrais de refino em 1559 devido ao grande consumo de lenha e insumos para a clarificação do caldo (clara de ovos, sangue de boi, ossos e gordura de galinha).

No ano de 1578 Portugal foi anexado pela Espanha. O rei espanhol, Felipe II, católico fervoroso, se opunha duramente à Holanda e Inglaterra, países protestantes. O comércio da Holanda entrou em colapso e em 1630 os holandeses invadiram o Brasil permanecendo em Pernambuco até 1654, quando foram expulsos. Para diminuir a dependência do açúcar brasileiro, os holandeses iniciaram a produção açucareira no Caribe e mais tarde os próprios ingleses e franceses fizeram o mesmo em suas colónias, acabando com o monopólio do açúcar brasileiro.

A descoberta do ouro no final do século XVII nas Minas Gerais retirou do açúcar o primeiro lugar na geração de riquezas, cuja produção se retraiu até o final do século XIX. Mesmo assim, no período do Brasil Império de (1500-1822) a renda obtida pelo comércio do açúcar atingiu quase duas vezes à do ouro e quase cinco vezes à de todos os outros produtos agrícolas juntos, tais como café, algodão, madeiras, etc.

AUMENTA A CONCORRÊNCIA - A partir do início do século XVIII a produção nas ilhas do Caribe e nas Antilhas cresceu e o Brasil perdeu posições na produção mundial de açúcar. Inglaterra e França disputavam nas suas colónias os primeiros lugares na produção. A Inglaterra já era uma grande potência naval. Os holandeses perderam pontos estratégicos no comércio de açúcar. O Haiti, colónia francesa no Caribe, era o maior produtor mundial.

As 13 colónias americanas, que mais tarde deram origem aos EUA, lutavam com dificuldade, apesar de um comércio crescente com as colónias produtoras de açúcar no Caribe e nas Antilhas. Em contrapartida compravam melaço, matéria-prima para o rum, que forneciam à marinha inglesa. Esse comércio era ignorado pelos ingleses e concorreu para o fortalecimento económico das colónias americanas. Estes fautores foram decisivos não só para a independência das 13 colónias, mas também para o surgimento da grande nação da América do Norte.

Os ingleses tomaram Cuba aos espanhóis em 1760, dobraram o número de escravos e fizeram da ilha um dos maiores produtores mundiais de açúcar. Em 1791, uma revolução de escravos no Haiti aniquilou completamente sua produção de açúcar e os franceses expulsos foram para o Louisiana, dando início à indústria açucareira norte-americana. O Brasil não estava no centro dos acontecimentos mas continuava entre os cinco maiores produtores.

AÇÚCAR DE BETERRABA - No início do século XIX, Napoleão dominava a Europa. Seus inimigos, os ingleses, promoveram o bloqueio continental em 1806, graças ao seu maior poder naval. Impedido de receber o açúcar de suas colónias ou de outros lugares além-mar, Napoleão incentivou a produção de açúcar a partir da beterraba, graças à técnica desenvolvida por Andrés Marggraf, químico prussiano, em 1747.

Assim, finalmente, a Europa não dependeria mais da importação de açúcar de outros continentes. Por outro lado, em plena revolução industrial, o uso de novas máquinas, técnicas e equipamentos possibilitaram às novas indústrias tanto de beterraba, como de cana, um novo patamar tecnológico de produção e eficiência, impossível de ser atingido pelos engenhos tradicionais.

Aliado a esses fautores, o fim da escravatura sepultava definitivamente o modelo de produção de quatro séculos. Enquanto as modernas fábricas se multiplicavam e novas regiões produtoras surgiam, como a África do Sul, Ilhas Maurício e Reunião, Austrália e nas colónias inglesas, francesas ou holandesas, no Brasil os engenhos tradicionais persistiam, ainda que agonizantes. Somente na metade do século XIX é que medidas para reverter essa situação começaram a ser tomadas.

NOVAS TECNOLOGIAS - O imperador do Brasil, D. Pedro II, era um entusiasta das novas tecnologias e em 1857 foi elaborado um programa de modernização da produção de açúcar. Assim surgiram os Engenhos Centrais, que deveriam somente moer a cana e processar o açúcar, ficando o cultivo por conta dos fornecedores. Nessa época, Cuba liderava a produção mundial de açúcar de cana com 25% do total e o açúcar de beterraba produzido no Europa e EUA significava 36% da produção mundial. O Brasil contribuía com apenas 5% de um total de 2.640.000 toneladas em 1874.

Foram aprovados 87 Engenhos Centrais, mas só 12 foram implantados. O primeiro deles, Quissamã, na região de Campos, entrou em operação em 1877 e está em actividade até hoje. Mas a maioria não teve a mesma sorte. O desconhecimento dos novos equipamentos, a falta de interesse dos fornecedores, que preferiam produzir aguardente ou mesmo açúcar pelos velhos métodos, e outras dificuldades contribuíram para a derrocada dos Engenhos Centrais.

Os próprios fornecedores dos equipamentos acabaram por adquiri-los e montar suas indústrias de processamento de açúcar. A maioria das novas indústrias estava no Nordeste e em São Paulo e passaram a ser chamadas de "usinas de açúcar". Apesar da novidade, o açúcar derivado da cana não fazia frente ao de beterraba (em 1900 ultrapassava mais de 50% da produção mundial).

A 1ª Grande Guerra, iniciada em 1914, devastou a indústria de açúcar europeia. Esse fato provocou um aumento do preço do produto no mercado mundial e incentivou a construção de novas usinas no Brasil, notadamente em São Paulo, onde muitos fazendeiros de café desejavam diversificar seu perfil de produção.

IMIGRANTES ITALIANOS - No final do século XIX, o Brasil vivia a euforia do café (70% da produção mundial estavam aqui). Após a abolição da escravatura, o governo brasileiro incentivou a vinda de europeus para suprir a mão-de-obra necessária às fazendas de café, no interior paulista. Os imigrantes, de maioria italiana, adquiriram terra e grande parte optou pela produção de aguardente a partir da cana. Inúmeros engenhos se concentraram nas regiões de Campinas, Itu, Moji-Guaçu e Piracicaba. Mais ao norte do estado, nas vizinhanças de Ribeirão Preto, novos engenhos também se formaram.

Na virada do século, com terras menos adequadas ao café, Piracicaba, cuja região possuía três dos maiores Engenhos Centrais do estado e usinas de porte, rapidamente se tornou o maior centro produtor de açúcar de São Paulo. A partir da década de 10, impulsionados pelo crescimento da economia paulista, os engenhos de aguardente foram rapidamente se transformando em usinas de açúcar, dando origem aos grupos produtores mais tradicionais do estado na actualidade.

Foi nessa época, 1910, que Pedro Morganti, os irmãos Carbone e outros pequenos refinadores formaram a Cia. União dos Refinadores, uma das primeiras refinarias de grande porte do Brasil. Em 1920, um imigrante italiano com experiência em usinas de açúcar, fundou em Piracicaba uma oficina mecânica que logo depois se transformaria na primeira fábrica de equipamentos para a produção de açúcar no Brasil. Esse pioneiro era Mario Dedini." (...)

Fonte: Resumo do texto "Brasil, a doce terra", de Fúlvio de Barros Pinheiro Machado

Miguel Oliveira (sócio n.º 144)

sexta-feira, julho 07, 2006

Actualidade: A Beterraba Sacarina e o Sector do Açúcar

"A primeira comunicação da Comissão Europeia (COM (2005) 263 final) sobre a reforma da Organização Comum de Mercado (OCM) do Açúcar, surgiu em meados Junho de 2005 tendo sido prontamente criticada pelos produtores de beterraba nacionais, dadas as possíveis consequências para o sector.


Situação actual e perspectivas de futuro

Estas propostas penalizam fortemente a produção de beterraba em Portugal, podendo ter consequências desastrosas para a fileira nacional e conduzir ao desaparecimento deste sector, inviabilizando a laboração da única fábrica existente no nosso país, alimentada pela produção nacional.


1 - Breve caracterização da produção de açúcar em Portugal


Em Portugal, o consumo médio de açúcar ronda as 310.000 toneladas.


As condições edafo-climáticas para a produção de beterraba sacarina no nosso país são excelentes, podendo a sementeira ser realizada em duas épocas distintas: em Outubro/Dezembro, originando a denominada Beterraba Outonal, ou em Fevereiro/Abril sendo esta beterraba designada por Primaveril.
Esta cultura ocupa uma área de aproximadamente 8134 ha, dividida pela região do Vale do Mondego (só beterraba Primaveril), do Ribatejo e Alentejo.

Em Portugal existem duas fábricas de açúcar de beterraba sacarina: a DAI - Sociedade de Desenvolvimento Agro-Industrial SA, localizada em Coruche e uma outra implantada em Ponta Delgada, na Região Autónoma dos Açores, e duas refinarias, que processam ramas provenientes de cana-de-açúcar: Refinarias de Açúcar Reunidas e Alcântara Refinarias de Açúcar.


2 - A OCM do Açúcar - Breve retrospectiva histórica

Criada em 1968, o objectivo principal da OCM do Açúcar era o de garantir um rendimento justo aos seus produtores e abastecer o mercado com a sua própria produção. Os direitos de importação garantiam uma protecção sólida relativamente à concorrência dos países terceiros e a produção comunitária era solidamente enquadrada por quotas, correspondentes à procura interna. As quotizações cobradas aos produtores de beterraba e aos fabricantes de açúcar, permitiam cobrir os custos da exportação dos excedentes da produção em relação ao consumo - restituições à exportação.

A primeira modificação desta OCM ocorreu em 1975 em consequência da adesão do Reino Unido. O “Protocolo do Açúcar” abriu o mercado comunitário a um contingente de cana proveniente de 19 países ACP que beneficiam de acesso preferencial, ao nível dos preços comunitários. A entrada dessas quantidades suplementares resultou na necessidade de exportar uma quantidade equivalente de açúcar, ficando as restituições a cargo do Orçamento Comunitário.

Em 1995 e na sequência do Uruguay Round, o regime voltou a ser alterado com a limitação das restituições à exportação. A OCM adaptou-se reduzindo as quotas, quando o limite das restituições já não permitisse exportar com restituição o açúcar excedente no mercado comunitário.

O Regulamento (CE) nº 1260/2001 do Conselho de 19 de Junho, estabelece a última revisão desta OCM, traduzindo-se num prolongamento do regime de quotas de produção até 2005/06.


3 - Alguns conceitos desta OCM

A actual OCM, que teve início na campanha 2001/2002 é executada por um conjunto de instrumentos destacando-se um regime de preços, quotas, trocas com países terceiros, quotizações e importações preferenciais que têm permitido atingir os principais objectivos gizados aquando da sua instauração.


3.1 - Regime de preços

Os preços comunitários são garantidos apenas para produção sob quotas.


A) - Preço de Intervenção

Com o objectivo de assegurar aos produtores comunitários de beterraba e de cana-de-açúcar uma remuneração justa, respeitando ao mesmo tempo os interesses dos consumidores, foram fixados para as zonas não deficitárias, um preço de intervenção para o açúcar branco (631.9 euros/ton) e um preço de intervenção para o açúcar bruto (523.7 euros/ton). Este preço de intervenção não é mais do que o preço mínimo a que os Organismos de Intervenção estão obrigados a comprar o açúcar elegível que lhes seja oferecido.


B) - Preço de intervenção derivado

Portugal, juntamente com a Itália, Grécia, Espanha, Reino Unido, Irlanda e Finlândia constituem os países considerados como deficitários em açúcar. São países caracterizados normalmente por um défice de produção a que se associam, no caso do nosso país, custos de produção elevados.

Para estas zonas, denominadas “zonas deficitárias", é definido um preço de intervenção derivado. Estes preços situam-se a valores mais elevados que os preços de intervenção, sendo a diferença calculada estimando os custos de transporte do açúcar entre uma zona excedentária e uma deficitária.
Em Portugal, o preço de intervenção derivado do açúcar branco foi estabelecido para a campanha 2004/05 em 646.50 euros/tonelada.


C) Preço mínimo

O preço mínimo, é o preço a que as fábricas devem comprar as beterrabas aos produtores. Este preço foi fixado pelo Conselho a:

• 46.72 €/ton para a Beterraba A (utilizada para a produção de açúcar da quota A)
• 32.42 €/ton para a Beterraba B (utilizada para a produção de açúcar da quota B)


1 Tonelada de Beterraba = 130kg de Açúcar


Nas zonas deficitárias, os preços mínimos da beterraba A e da Beterraba B poderão ser superiores. Em Portugal o preço médio da beterraba sacarina é de 46.9 €/ton.


4 - Regime de quotas

Os Estados-Membros atribuem uma quota A (correspondente ao consumo europeu e destinada a assegurar o aprovisionamento do mercado interno) e uma quota B (é actualmente e maioritariamente exportada para o mercado mundial com restituição) a cada empresa produtora de açúcar, de isoglicose e de xarope de inulina estabelecida no seu território, à qual tenham sido atribuídas uma quota A e uma quota B durante a campanha de comercialização de 2000/2001. (...)"

Autor: Marta Baptista, Gabinete Técnico da CONFAGRI, 14.11.05

Para consulta do restante artigo clique aqui
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quarta-feira, julho 05, 2006

Coleccionar com doçura...

Coleccionar, juntar e encontrar elos de comunhão entre as peças sempre foi aliciante para o ser humano. O coleccionismo de pacotes de açúcar colocou esse anseio ao alcance de toda a gente. Os pacotes de açúcar dão rosto a pessoas e acontecimentos exemplares na solidariedade, no saber, na afectividade


Um Café de Califas e outros Clientes

Cumprir horários e compromissos acordados tem sido um desígnio da minha vida. Nesse dia não foi excepção. Manhã cedo, uma manhã que se apresentara nebulosa e a ameaçar chuva, fiz-me ao caminho com a antecedência suficiente para, enfrentando os habituais engarrafamentos de trânsito, pudesse chegar a horas ao ponto de encontro, um café de culto na Estrada de Benfica, via que atravessa a cidade de Lisboa, desde Sete Rios até às Portas de Benfica, já ali à beira da antiga Porcalhota.

Inesperadamente o trânsito fluía bem na direcção de Lisboa para que vinha da margem sul do rio Tejo, o mesmo já não se poderia dizer quanto ao sentido inverso, pelo que por meia hora de antecipação ali encontrei justificação para tomar um café sentado a uma mesa com vista para o largo fronteiro.

Café de culto, sentado tranquilamente, porque não... “_Dá-me um café em copo de vidro por favor!”. Á memória veio de súbito aqueles cafés de saco, a escaldarem, servidos em copo de vidro grosso de formato anatomicamente arqueado. Vidro grosso que preservava a temperatura do café e que não deixava “queimar” os dedos que o seguravam mesmo a jeito pela zona ligeiramente curva.

Tomado ali onde me encontrava, no Café Califa, ou tantas outras vezes bem perto do rio, na zona do Cais do Sodré, na luta contra o frio nevoeiro que já não existe mais nas manhãs de invernia, pois a Corrente do Golfo desviou o seu percurso, era um bálsamo que superava qualquer remédio de farmácia ou mesinha caseira.

O café lá veio servido em copo de vidro, vidro fino, copo de meia de leite, ou de meio galão, pois aqueles copos grossos, lapidados que pareciam cristal já vão escasseando no mercado. Se trouxesse registo de marca aquele copo, com certeza, não havia sido fabricado na marinha Grande, mas antes numa qualquer exploração do ser humano, lá para os lados do Oriente longínquo.

Sinais do progresso...

Também nos pacotes de açúcar que o Café Califa sempre pugnou por serem personalizados a evolução teve o seu lugar...




Victor Reis (sócio n.º36)

segunda-feira, julho 03, 2006

Memória Colectiva...Publicidade 2 (1911)

Boa semana de trabalho!!!


Miguel Oliveira (sócio n.º 144)